Alergia Dermatológica

Minha filha sofre de dermatite atópica e asma. Como essas duas doenças se relacionam?

A asma e a dermatite atópica são manifestações de atopia que ao lado da rinite alérgica compõem a tríade atópica. Estas manifestações estão relacionadas com uma predisposição genética (hereditária) para maior produção do anticorpo da alergia – IgE. Na asma ocorre uma hiper-reatividade das vias aéreas e na dermatite atópica uma hiper-reatividade da pele, ou seja, os pacientes reagem exageradamente aos estímulos ambientais (alérgenos e irritantes).

Tenho angioedema e minha mãe também tem. Estou tendo muitas crises seguidas (mais de 1/mês) e já usei vários an- ti-histamínicos sem resultados. Gostaria de uma orientação.
Crises de angioedema recorrentes, resistentes aos anti-histamí- nicos em duas pessoas da mesma família, sugere a hipótese di- agnóstica de angioedema hereditário. O angioedema hereditário é uma doença genética, ou seja, que os filhos herdam de um dos pais, ocasionada por deficiência de uma proteína que se chama: inibidor de C1 esterase. O angiodema hereditário caracteriza-se pelo aparecimento de um inchaço na pele em qualquer parte do corpo, mas em especial no rosto, nos órgãos genitais, no tórax, nos olhos, na boca, na língua e nas extremidades, sobretudo mãos e pés. O inchaço, que não coça, não dói, nem deixa a pele vermelha, atinge também a mucosa de órgãos como intestinos, pulmão e laringe. As crises de edema são desencadeadas prin- cipalmente por traumas, procedimentos cirúrgicos, estresse e uso de medicamentos como inibidores da ECA (para hipertensão arterial) e anticoncepcional oral. Este tipo de angioedema não desaparece com ouso de anti-histamínicos ou corticosteroides.

Tenho alergia a esmalte e perfumes, meu rosto fica todo inchado e com coceiras nos locais de contato.
O seu relato sugere o diagnóstico de dermatite de contato. Pelo hábito de levar as mãos à face, é comum que as lesões resultantes do uso do esmalte localizem-se no rosto em especial nas pálpebras. Contudo, para confirmação, está indicada a realização de um teste de contato com as substâncias suspeitas.

As reações a substâncias em contato com a pele po- dem ser produzidas de duas maneiras: 1) pela ação di- reta sobre a pele – dermatite por irritante primário, p. ex.: detergentes e água sanitária, 2) por mecanismos alér- gicos, p. ex.: bijuterias e esmaltes. A base do tratamento é a descoberta da causa e seu afastamento.

Tenho alergia a bijuterias. Se eu furar meu umbigo e nariz com um material apropriado (aço cirúrgico) poderá trazer complicações?
O níquel é o principal componente sensibilizante das bijuteri- as. Os piercingsde aço cirúrgico possuem, em sua composi- ção, baixa quantidade dessa substância. Por esta razão, a chan- ce de complicação existe, porém é baixa.

Tenho alergia a várias marcas de tinta de cabelo e tonalizante. Gostaria de saber se meu caso tem solução e se existe al- guma tinta que eu possa pintar meu cabelo?
Tinturas de cabelo frequentemente causam dermatite de con- tato, sendo a parafenilenodiamina a principal responsável por estas reações. Esta substância também é utilizada nos cos- méticos de cor escura e em alguns tipos de tatuagem de hen- na. É recomendado realizar um teste de contato, visando uma orientação específica para seu caso.

Você sabia que a alergia à tintura de cabelo nunca ocorre da primeira vez, mas sim com o passar do tempo?

Tenho dermografismo. Quero saber como é o tratamento desta doença.
Dermografismo é um tipo de urticária desencadeada quando se pressiona a pele. É uma doença benigna, porém de longa duração e bastante incômoda. O principal sintoma é a coceira na pele e, por isso, o tratamento inclui o uso de anti-histamínicos (antialérgicos), bem como: 1) evitar situações que cau- sem atrito ou pressão na pele, 2) hidratação cutânea, 3) de- tecção e combate aos possíveis fatores agravantes do pro- blema. Geralmente, é necessário o uso prolongado dos medi- camentos antialérgicos.

Tive urticáriaeo médico disse que era alergiaà dipirona. Sempre tomei este remédio e nunca tive reação, posso fazer um teste para ter certeza?
Ao contrário do que se pensa, a alergia não surge da primeira vez que se usa um remédio, mas sim com o uso repetido no de- correr do tempo. O organismo primeiro precisa conhecer a substância química, para depois se sensibilizar e, assim, surgir a reação alérgica.

Meus olhos incham ao tomar dipirona, aspirina e alguns an- ti-inflamatórios. Gostaria de saber o que é isso, e se posso desenvolver alergia a novas substâncias?
A aspirina, a dipirona e alguns anti-inflamatórios têm ação química semelhante. Assim, pessoas intolerantes a uma des- tas substâncias tendem a reagir à outra. Por conta disso, é im- portante que você mantenha consigo uma lista com os nomes dos medicamentos a serem evitados.

Há 1 mês apresento um quadro com uma coceira irritante, pele avermelhada e grossa em algumas regiões, que foi diagnosti- cado como urticária. A médica receitou antialérgico e pediu que eu retornasse em 2 meses. Estou tomando o medicamento e não sinto melhoras; ao contrário, às vezes, sinto como se meu corpo estivesse sendo “alfinetado”. É uma sensação muito in- cômoda. Como posso saber o que levou a esse quadroeo que evitar para me sentir melhor?
Urticária é uma doença alérgica bastante comum e que se acompanha de lesões na pele, em geral, coçando bastante. A urticária pode ter duração curta e desaparecer em dias (chama- da, neste caso, de urticária aguda) ou as lesões podem persistir mesmo com tratamento (chamada de urticária crônica, quando passa de 6 semanas). O mais importante no tratamentoéa bus- ca da causa que originou o problema, com base na história clíni- ca e em exames complementares. O antialérgico (anti-histamínico), serve para alívio dos sintomas. O tratam
ento da urticária tende a ser prolongado, necessitando de persistência e uma relação de confiança com seu médico.

De 1 ano para cá, quando faz frio, as partes de meu corpo que não estão cobertas por blusa e estão em contato com o vento frio começam a coçar sem parar e a ficar vermelhas. O que po- de estar acontecendo.
O seu relato sugere que possa ser uma urticária ao frio, em que o contato com água, vento ou objetos gelados faz sur- gir na pele vermelhidão e placas que coçam. Enquanto aguarda a consulta, evite exposição ao frio, como mergu- lhar em águas geladas, viajar para lugares frios e contato direto com gelo.

Há 5 meses estou com urticária. Todos os dias eu fico com o corpo cheio de placas que coçam muito. Fiz os exames soli- citados (sangue, urina e fezes) e nada foi encontrado. Tomo antialérgicos, mas não melhoro. Não consigo sequer sair de casa para trabalhar devido ao rosto e corpo todo deformado.
A urticária parece uma doença simples, já que suas lesões são características, facilmente reconhecidas e diagnosticadas. No entanto, tudo muda de figura quando se fala nas causas da doença, que podem envolver fatores variados, como: medicamentos, alimentos, agentes físicos (roupas apertadas, frio, calor, luz solar, suor etc), parasitoses, infecções variadas, doenças internas etc. Além disso, existe uma parcela de casos de urticária que são considerados “idiopáticos”, ou seja, onde a causa não é detectada ou não identificável. Pode ser o seu caso. É recomendável manter o tratamento, sendo muito importante que se estabeleça um clima de diálogo e confiança entre o médico e o paciente. Mesmo que não se tenha a cura, é possível conquistar melhor qualidade de vida.

Eu tenho urticária. Não posso me expor ao sol que fico toda empolada. Eu uso um antialérgico há mais de 10 anos. Será que eu posso continuar tomando por mais tempo?
Um dos diagnósticos possíveis no seu casoéa urticária solar, que é uma resposta alérgica da pele a diferentes comprimentos de onda de luz, que se acentua no verão. A exposição progressiva por curto intervalo de tempo à luz do sol ou à radiação ultravi- oleta antes da estação pode ajudar a diminuir ou evitar a reação. Os anti-histamínicos costumam controlar bem o problema, e seu uso prolongado não está associado a efeitos colaterais signifi- cativos. Os produtos mais antigos podem provocar sonolência e comprometer a atenção nas pessoas que dirigem e/ou traba- lham com máquinas. Os compostos mais modernos são mais bem tolerados e seguros para a maioria das pessoas.