Prebióticos e probióticos no tratamento da alergia alimentar

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Os probióticos e prebióticos serão colocados em pauta na discussão que traz “As novidades em Alergia”, a serem apresentadas durante o 44° Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia, entre os dias 21 e 24 de outubro.

Dr. Nelson Rosário Filho, Coordenador do Departamento Científico de Imunoterapia e Imunobiológicos da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), explica que prebióticos e probióticos carecem de evidências como produtos para prevenção de alergia alimentar. A administração de probióticos para prevenção ou tratamento de doenças alérgicas tem resultados conflitantes.

“Metanálise de estudos de administração de probióticos no período neonatal encontrou redução dos níveis de IgE total e sensibilização atópica, mas não redução de asma ou sibilância. Há poucos estudos com probióticos na prevenção de alergia alimentar documentada por testes de provocação oral. Em pacientes com APLV comprovada, o tratamento com Lactobacillus casei e Bifidobacterium lactis por 12 meses não interferiu na resolução da APLV. No entanto, o tratamento com Lactobacillus rhamnosus associado à fórmula de caseína extensamente hidrolisada aumentou a resolução de APLV comparada com grupo que recebeu fórmula hidrolisada isolada”, relata o médico.

Outras revisões sistemáticas apontam para a redução de sintomas com a suplementação de probióticos em pacientes com APLV mas, a ineficácia pelo contrário, também foi verificada, razão pela qual a Academia Europeia de Alergia e Imunologia Clínica (EAACI) não se definiu sobre a suplementação de probióticos em longo prazo para tratamento de alergia alimentar.

“Um fator complicador é a variedade de probióticos existentes e suscita a questão: há algum melhor ou uma combinação mais eficaz? Prebióticos são alimentos não digeríveis e seletivamente fermentados que modificam a composição e função da microbiota intestinal conferindo benefícios para o indivíduo. Não há evidências que os prebióticos possam auxiliar no tratamento de doenças alérgicas, em particular a alergia alimentar”, explica Dr. Nelson.

Painel da World Allergy Organization (WAO) realizou revisão sistemática de estudos randômicos e controlados de prebióticos na prevenção de alergia e sugeriu a suplementação de prebióticos em lactentes não amamentados exclusivamente ao seio para a prevenção de doenças alérgicas, para reduzir o risco de asma / sibilância recorrente e alergia alimentar.