Relação entre a Exposição precoce a vírus durante a infância e Sintomas Respiratórios

Relação entre a exposição precoce a vírus durante a infância e sintomas respiratórios, início de provável asma e atopia em crianças de alto risco.

Estudo Canadense Para Prevenção Primária Da Asma
Kathy K. Lee, Richard G. Hegele,Jure Manfreda,Katherine Wooldrage, Allan B. Becker, Alexander C. Ferguson,Helen Dimich-Ward, Wadw T. A. Watson and Moira Chan-Yeung..
Pediatric Pulmonology 2007; 42:290-297

O papel das infecções respiratórias virais no estabelecimento da asma e sensibilização alérgica de crianças é uma área controversa. Algumas das razões para isso incluem: a grande variabilidade das características e história natural da doença em diferentes populações estudadas; dificuldade na realização do diagnóstico de asma em lactentes, aparente heterogeneidade na relação entre infecções virais na infância, sensibilização alérgica e início da asma; por último, base de dados laboratoriais limitada sobre as infecções virais durante os primeiros anos de vida.
Três vírus comumente implicados na exacerbação aguda ou início da asma incluem o grupo parainfluenza vírus (PIV), vírus sincicial respiratório (VSR) e picornavìrus (rinovírus e enterovírus).
O Estudo Canadense para Prevenção Primária da Asma é um estudo prospectivo randomizado de uma coorte de lactentes com grande probabilidade de desenvolverem asma ou outra doença alérgica. Estas crianças e suas famílias foram randomizadas para receberem um programa de intervenção, para diminuir a exposição a uma variedade de alérgenos alimentares ou inalatórios e a tabagismo passivo e o grupo controle recebeu os cuidados habituais.
Durante o estudo em comparação ao grupo controle, o grupo de pacientes que recebeu intervenção apresentou uma diminuição no desenvolvimento de possível ou provável asma de 34% no primeiro ano e de 40% no segundo ano, mas não apresentou diferença em relação à ocorrência de atopia.
Durante o primeiro ano de idade os pacientes foram expostos ao picornavírus em 60%, 49,9% de PIV e 42,3 de VSR.  Aproximadamente 24% dos exames foram positivos para 2 vírus e em dois terços eram picornavírus associado ao PIV ou VSR.
Em relação entre aos exames positivos para vírus e sintomas respiratórios, não houve diferença significativa entre os grupos controle e de intervenção em relação à tosse, resfriado ou rinite, mas só um terço, apresentou sibilância.
RT-PCR positivo para PIV e picornavírus foi associado a grande probabilidade das crianças apresentarem rinite e RT-PCR positivo para VSR foi associado a grande probabilidade de sibilância e os três vírus positivos RT-PCR foram associados a grande probabilidade dos pacientes desenvolverem tosse ou resfriados.  
O desencadeamento de atopia foi similar em ambos os grupos, mas o paciente grupo controle positivo para PIV apresentou maior porcentagem de atopia em relação aos negativos para PIV do mesmo grupo. Possível asma não foi mais comum em crianças que se tornaram atópicas no primeiro ano de vida.