Resumo da esofagite eosinofilica

Eosinophilic esophagitis: an allergist’s approach.
Norvell JM, Venarske D, Hummell DS.
 Ann Allergy Asthma and Immunol  2007; 98: 207-14

Resumo: Esofagite eosinofílica: um abordagem do alergista

Objetivos: Aumentar o reconhecimento da esofagite eosinofílica revendo sua apresentação, diagnóstico e patogênese e resumir sua epidemiologia e opções de tratamento.

Seleção de Dados: Pesquisa no MEDLINE usando as palavras-chave esofagite (esophagitis) e alergia (allergy) ou eosinófilos (eosinophil). Pesquisas adicionais incluíram artigos em terapia, incluindo corticoesteróides e leucotrienos, limitados a artigos de revisão, incluindo quimiocinas e citotinas, de janeiro de 1990 a abril de 2006. Todas as pesquisas se limitaram à língua inglesa.

Seleção de Estudos: os autores selecionaram pesquisas relevantes e atuais para inclusão nesta revisão.

Resultados:
Esofagite eosinofilica é uma doença inflamatória caracterizada por um infiltrado de eosinófilos no esôfago. É diagnosticada pela identificação na biópsia de esôfago de 20 a 24 eosinófilos por campo de grande aumento. Nos últimos anos, um aumento marcante de incidência tem ocorrido ao redor do mundo (estimada atualmente em 1:10.000). Embora a patogênese permaneça desconhecida, a terapêutica envolve uso de corticoesteróides e uma dieta de exclusão adequada.

Conclusão:
Esofagite eosinofílica é uma doença inflamatória crônica que é distinta da doença do refluxo, embora os pacientes compartilhem sintomas semelhantes e ambas as condições possam existir no mesmo paciente. Deve ser lembrada quando a terapia com bloqueadores de ácidos falha no controle dos sintomas, que na esofagite eosinofílica pode incluir inapetência, vômitos e algumas vezes falha do crescimento em crianças pequenas, e nos adultos disfagia, dor abdominal ou torácica e impactação alimentar no esôfago. No adulto, achados de estreitamento esofageano que necessite dilatação sugere que a inflamação crônica pode levar a cicatrização e danos irreversíveis. Diagnóstico definitivo requer confirmação com biópsia; biópsias adicionais são necessárias para confirmar o sucesso da terapia no controle da inflamação esofageana. O papel da alergia no processo ainda não está bem entendido, porém a melhora ou resolução do processo com a dieta de exclusão alimentar indica um papel da alergia alimentar em alguns pacientes. Alguns pacientes podem ter doença desencadeada por aeroalérgenos. Dados recentes demonstram que existe um polimorfismo genético que interagindo com “gatilhos” do meio ambiente predispõem ao desenvolvimento de esofagite eosinofílica. Estudos futuros são necessários para definir os métodos ideais de avaliação de sensibilização alérgica, escolha e estratégias de manutenção, particularmente relacionadas à manipulação dietética, e duração da terapia e seguimento de pacientes afetados.


Resumo realizado pelas Dras Renata Garcia Ramos e  Danielle Muñoz
Aprimorandas em Alergia e Imunologia do Instituto da Criança – HCFMUSP

Orientação: Dr. Antonio Carlos Pastorino

Doutor em Medicina pela FMUSP – Assistente da Unidade de Alergia e Imunologia do Instituto da Criança – HCFMUSP