Pacientes ganham imunobiológico como aliado no controle da dermatite atópica

Os pacientes com dermatite atópica (DA), com idade a partir de 18 anos, acabam de ganhar um novo aliado no combate à doença, aprovado pela Agência Nacional de Saúde (Anvisa) recentemente, o dupilumabe é um imunobiológico que, entre outros, veem revolucionando a medicina quando o assunto é medicina de precisão. Publicações especializadas no assunto são bastante favoráveis ao seu uso para o controle da doença. 
O imunobiológico, também chamado de anticorpo monoclonal, é indicado pelos especialistas sempre que o paciente tiver DA de moderada a grave e que não tenha apresentado boa resposta aos tratamentos habitualmente recomendados.
“Neste momento, a Anvisa liberou a medicação a partir dos 18 anos de idade e há previsão de que, em breve, seja autorizado o uso também para adolescentes a partir dos 12 anos. Já existem publicações científicas que mostram o uso do imunobiológico em crianças abaixo dos 12 anos, utilizando o medicamento para DA e para asma com resultados bastante favoráveis”, conta Dra. Marcia Mallozi, Coordenadora do Departamento Científico de Dermatite Atópica da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI). 
“Imunobiológicos em Pediatria – Asma Grave e Dermatite Atópica” é um dos temas em destaque durante o 46º Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia, que este ano acontece na cidade de Florianópolis (SC), entre os dias 25 e 28 de setembro.
A especialista da ASBAI explica que o tratamento tradicional deve ser mantido mesmo com o uso dos imunobiológicos, principalmente a hidratação da pele e a aplicação de corticosteroides e inibidores de calcineurina nas lesões de pele. “Com a introdução de um medicamento imunobiológico, sempre que possível, o imunossupressor sistêmico (tomado por via oral) deverá ser retirado, no caso em que o paciente estiver em uso”, ressalta a médica.”
O medicamento imunobiológico liberado para DA, que é de alto custo e não fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é aplicado como injeção subcutânea. As reações descritas são de dor e vermelhidão no local da picada, e, em um número pequeno de pacientes houve aparecimento de uma conjuntivite.
Sintomas – Cerca de 20% das crianças e 3% dos adultos são afetados pela dermatite atópica, doença que tem origem genética e é considerada crônica. As principais características são pele seca e coceira intensa, que muitas vezes resulta em feridas. É mais comum na infância e cerca de 60% dos casos ocorrem no primeiro ano de vida. 
No bebê, a dermatite atópica costuma atingir mais a face e regiões extensoras dos membros inferiores e superiores, com pele vermelha e bastante seca. Nas crianças atinge mais as áreas de flexão do corpo. Em qualquer idade a principal caraterística é a coceira, que em uma pele seca pode causar feridas e infecção.
A DA tem controle. “Existem situações em que a criança tem dermatite atópica na infância, o paciente é tratado e a doença entra em remissão para o resto da vida. Em outros casos, a DA desaparece na infância e pode reaparecer na adolescência ou na vida adulta; em alguns casos surge na infância e nunca desaparecem, alternando entre fases de melhora e piora”, explica Dra. Marcia. 
46º Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia
Data: de 25 a 28 de setembro
Local: Centro de Convenções Centro Sul – Florianópolis – Santa Catarina
Horário: Das 8 às 18 horas
Credenciamento de Imprensa: imprensa@gengibrecomunicacao.com.br