Perda da qualidade de vida e autoestima podem ser causadas pela dermatite atópica

A dermatite atópica (DA) é uma doença crônica que compromete, principalmente, a faixa etária pediátrica. Seu mecanismo é extremamente complexo, envolvendo uma alteração na arquitetura da pele, com perda transepidérmica de água levando ao ressecamento da mesma. A pele seca faz aparecer a coceira e crostas ressecadas, que, muitas vezes, acabam se infectando.
“Dermatite Atópica: Além da Pele – Sono e Qualidade de Vida” está na grade do 46º Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia, que será realizado na cidade de Florianópolis (SC), entre os dias 25 e 28 de setembro. “A Medicina Translacional nas Doenças Alérgicas” é o tema central do evento.
Além dos sintomas visíveis na pele, a dermatite atópica interfere no sono e qualidade de vida do paciente, já que muitas vezes o prurido se torna insuportável. “Esse prurido pode ser localizado de acordo com a região comprometida ou ainda disseminado se a área doente for extensa. Nessa situação, o paciente se coça muito dormindo, o que atrapalha a qualidade do sono, o número de horas dormidas e reflete na qualidade de vida, pois o paciente acorda cansado, prejudicando o desenvolvimento de suas atividades diárias (escola, trabalho, entre outros). A irritabilidade causada pela coceira é enorme, impedindo a concentração ou ainda o sono”, explica a especialista da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), Dra. Danielle Kiertsman Harari.
Cuidados e autoestima – A hidratação da pele feita de modo adequado, na maioria das vezes, consegue resolver ou amenizar os sintomas. A especialista conta que curativos úmidos e bandagens que aumentam o poder de hidratação da pele são orientados rotineiramente em pacientes com DA moderada à grave. Além disso, os cuidados com a higiene do ambiente físico de forma regular e eficiente são importantes para o melhor controle da doença. 
“A dermatite atópica interfere de forma direta na autoestima desses pacientes. Eles costumam se isolar, recusam frequentar escolas e atividades sociais. São pacientes que desenvolvem depressão, ficando reclusos em suas casas, sem vontade de nada. E quando são obrigados a se expor, por exemplo consultas médicas, saem de casa totalmente cobertos por roupas, bonés, óculos escuros fazendo de tudo para que passem despercebidos. O bullying é frequentemente relatado pelos pacientes”, detalha Dra. Danielle. 
O diagnóstico correto e o tratamento multidisciplinar são muito importantes para resgatar a qualidade de vida e a autoestima dos pacientes com DA. São vários pilares a serem trabalhados, entre eles uma boa relação médico-paciente, esclarecimento e orientação da doença.  “Quando se fala em tratamento, devemos sempre lembrar da higiene ambiental, dos cuidados com o banho, da hidratação da pele (pilar fundamental), uso de medicação adjuvante se necessário, acompanhamento psicológico ou ainda dos grupos de apoio”, esclarece a especialista da ASBAI.
46º Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia
Data: de 25 a 28 de setembro
Local: Centro de Convenções Centro Sul – Florianópolis – Santa Catarina
Horário: Das 8 às 18 horas
Credenciamento de Imprensa: imprensa@gengibrecomunicacao.com.br